sexta-feira, 17 de junho de 2011

Rumo a Gibraltar. - A Terceira Gota da Rosa.

Aqui estou eu novamente... com meu qrido 38 em punho, o coração batendo forte e a parede nas minhas costas, gelada como nunca... minha respiração ofegante pode pode me denunciar, tanto pelo barulho, quanto pela fumaça que sai de minha boca...
Tiro... ele errou... novamente ao lado de meu ombro.... corro semi agachado com a arma pronta pra atirar, a aba de meu chapéu balança com a velocidade... onde estará esse filho da puta? este jogo está errado, eu que caço!  Eu sou o caçador! quem esse maldito pensa q é? ....
Já se vai meia hora e ainda sigo no jardim  me esgueirando entre moitas e bancos de tiros que não entendo muito bem de onde vem... Confesso que a neblina não me deixa ver muito além de cinco metros... mas também ajuda a me proteger.. ajuda? Talvez ter saído com a capa vermelha hoje não tenha sido uma boa ideia, mas agora tenho q arcar com as consequências....o que está acontecendo ?
Não.....isso não pode e não vai acabar aqui...sou o caçador! sempre fui! desde minha infância nas planícies até cada respirada minha.... eu sou o caçador...não a presa... preciso virar esse jogo....
Esperei o tiro seguinte... como um bom morcego puxei de onde vinha o tiro... nada muito longe... a oeste... talvez de uma casa... ou uma igreja.......
Outro tiro.... sim! Igreja! o tilintar ao fundo não me deixa dúvidas... Igreja! Curioso, atirarem em mim de dentro de meu local favorito...casa de meu pai...

Sigo cegamente para o local q sinto vir os tiros.... A frequência cardíaca aumenta a medida que o som dos disparos ficam mais frequentes... mas por algum motivo, sei me movimentar pelas sombras e vejo.... a pouco mais de 30 metros uma casa e atrás dela o que me parece ser um campanário....
Não falta muito... me encosto na casa..puxo o segundo 38... ouço passos.. sinto o medo no ar... não sou eu... minha preza se aproxima....Meu Ritual infelizmente será quebrado... mas é preciso...
Fechos meus olhos.... espero os passos a minha esquerda se estabilizarem...
Respiro e em um jogo de corpo combinado com o levantar de meus olhos alcanço meu alvo....... Homem, por volta de 30 anos, baixo, carregando um fuzil, não muito comum por esses lados da Andaluzia... Possivelmente de fabricação alemã... ele usava barba e agora duas balas prateadas decoravam seu mórbido semblante... Uma cravejada como um terceiro olho, uma verdadeira obra prima... a segunda como um pingente perfurava seu pescoço... o seu fuzil calou...!
Abaixei minha cabeça... e quando fui começar minha oração pela alma maldita... Vieram mais três tiros...
Grande Filho da Puta! Acertará meu ombro esquerdo... Havia esquecido do Campanário... triste erro... pulei para dentro da casa...estancando o sangramento...
Não poderia fugir...mas se eu não chegasse logo até ele não iria conseguir resistir por muito tempo...
arranjei uma distração para meu pretensor a algoz... atirei por uma janela repetidas vezes... o convencendo q eu o via e q o acertaria em breve por ali... Quando ele mordeu a isca, eu corri pela cozinha daquela minúscula casa e saí pela porta dos fundos... diretamente no portão da sacristia, aberto....
Me cobri com o silêncio da noite... e fui seguindo... em silêncio e com paços firmes.... uma escada me separava do alvo... subi calmamente.... e o encontrei... lá..de joelhos... com sua sniper...percebera q fora enganado... sua cabeça raspada me denunciava q ele não me conhecia...apenas estava tentando me matar...
Respirei e gritei... "88!" Ele se virou em continência... e sua garganta sangrou.... Só teve tempo de sentir a fria lâmina da faca q peguei na cozinha daquela casa...
Ele vestia trajes semi-militares... e em seu peito havia um simbolo com uma grande árvore ao centro e uma combinação de elementos que não soube identificar....

Quando o vi dar o último suspiro percebi que enfim poderia relaxar... e seguir para Gibraltar.

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A história continua ótima, pelo que entendi, nesse terceiro conto o dono da rosa branca parece ter sido pego de surpresa, além de não saber quem estava lhe perseguindo, parecia estar um pouco despreparado para a situação, afinal de contas quem vestiria uma capa vermelha em uma ocasião como esta. E foi o que o personagem percebeu quando disse:

    "Talvez ter saído com a capa vermelha hoje não tenha sido uma boa ideia, mas agora tenho que arcar com as consequências."

    Acho muito bom esses elementos que o Dan coloca no texto, pois conferem certo realismo, como em um trecho do conto anterior que gostei muito:

    "Confesso que a arma nas costas dificultava um pouco a locomoção, mas nada que realmente aplacasse a minha ansiedade pelo tiro justiceiro..."

    Isso dá um tom realístico para os contos. Com a capa vermelha, por exemplo, o personagem se sente desprevenido por está com uma roupa que lhe denuncia facilmente. São essas pequenas coisas que contribuem para gerar um clima de tensão.

    Está muito mais tenso que os contos anteriores, afinal de contas o personagem que costumava ser o executor está sendo perseguido não apenas por um, mas por dOis deles.
    Foi emocionante (no sentido agoniante) quando descobri que após matar o primeiro, os tiros não haviam cessado. Eu pensei “Meu Deus, ainda tem outro”.

    Ah! Foi legal. =D

    Então é isso.

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  3. Caaara, agora tá ficando massa =D
    Curti demóóóóis

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  4. sem dúvida o melhor dos 3 textos, continue assim irmão, ai está nascendo um talento hehe. Grande abraço

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  5. Filho, seu texto está revelando uma trama excitante e pertubadora do ponto de vista aonde isso vai parar, e quantos personagens de confrontos irão sugir.
    Porém vou te encontrar após a narrativa em Gilbratar, acredito que tomaremos um café juntos. Parabéns. Forte abraço. Bj do pai.

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